Dan Da Dan está de volta! E entrega tudo!

Mais aleatório e caótico que nunca, segunta temporada diverte e mantém a animação no coração dos fãs!
By ELMT
20/09/2025

 

Se a primeira temporada foi uma apresentação maluca de alienígenas, fantasmas e um romance improvável, a segunda pegou essa fórmula e injetou uma dose cavalar de… bem, mais loucura ainda. Sem sombra de dúvidas, esta é uma série que veio para ficar, pois ela domina com maestria a arte de misturar comédia pastelão, ação de tirar o fôlego e aquele pseudo romance japonês que a gente adora, onde os personagens são moles e demoram uma eternidade para tomar uma atitude.

A temporada começa exatamente onde a anterior nos deixou: com Momo em apuros e a promessa de que as coisas só iriam piorar. E, meus amigos, pioraram de um jeito glorioso. Desde minhocas gigantes que servem de mangueira de bombeiro até batalhas musicais contra fantasmas de compositores clássicos, Dandadan continua sendo um anime que dá um chute no balde para qualquer tipo de lógica que esperamos de um shonen tradicional. E é exatamente por isso que funciona tão bem.

O grande trunfo desta temporada foi expandir seu universo sem perder a essência. A trama principal, a busca pela “bola dourada” de Okarun, é o fio condutor, mas as paradas no caminho são o que tornam a viagem inesquecível. Com novos personagens, ameaças cada vez mais bizarras e um desenvolvimento notável dos protagonistas, a segunda temporada de Dandadan não é apenas uma continuação, é uma evolução.

 

A COMÉDIA QUE RI DA PRÓPRIA LÓGICA

Se tem algo que Dandadan faz melhor do que ninguém é ser imprevisível. Este anime parece ter uma checklist de ideias insanas que um roteirista anotou depois de uma noite de febre. Neste episódio, teremos um kaiju invisível? Check. E que tal reconstruir uma casa com alienígenas que parecem saídos de Minecraft? Check. E se a avó da protagonista fizesse um comentário extremamente inapropriado sobre a anatomia de um dos garotos no meio de uma cena séria? Check triplo!

Essa temporada elevou o nível do absurdo. Tivemos a Família Kito, um culto bizarro que muda de deus como quem troca de roupa, e a introdução de um Maid Café no meio de uma trama sobre exorcismo. A cena da refeição com uma foto PNG no lugar da comida animada é o tipo de detalhe que resume o espírito do anime: ele não se leva a sério, e é por isso que o amamos.

A genialidade está em como esses momentos cômicos não apenas quebram a tensão, mas também constroem o mundo e os personagens. A bizarrice não é gratuita; ela serve para nos lembrar que, neste universo, qualquer coisa pode acontecer. E, na maioria das vezes, acontece.

 

O PIOR (E MELHOR) CASAL DOS ANIMES

Momo e Okarun são, ao mesmo tempo, o melhor e o pior casal romântico dos animes recentes. Piores porque, convenhamos, Okarun é um “louco” que nunca aproveita as oportunidades. A tensão romântica está lá, palpável, mas a atitude que é bom, nada. A cena em que suas mãos se tocam no túnel foi um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a história de amor deles.

No entanto, são esses momentos que os tornam o melhor casal. A relação deles não é forçada; ela cresce organicamente em meio ao caos. Vimos a evolução de Okarun, que deixou de ser apenas um nerd assustado para se tornar alguém que assume a responsabilidade e promete proteger a todos. E a reação de Momo a isso? Puro amor. O final do episódio 4, quando ela o encontra vivo e o abraça chorando, foi um dos momentos mais emocionantes e genuínos da temporada.

Essa dinâmica, que oscila entre a vergonha adolescente e a conexão profunda, é o coração de Dandadan. Eles podem ser péssimos em flertar, mas são incríveis em se apoiar nos momentos mais insanos, e é isso que realmente importa.

 

NOVOS PERSONAGENS, MAIS CAOS

A segunda temporada não se contentou em desenvolver apenas os protagonistas; ela jogou mais lenha na fogueira com personagens novos e complexos. O primeiro deles é Jiji, que se torna o hospedeiro do Olho Demoníaco. Essa possessão cria uma dinâmica fascinante: um espírito trágico e poderoso preso no corpo de um adolescente pervertido. O resultado é hilário, como na cena em que ele joga futebol confundindo a bola com seus “testículos de energia”.

Depois, temos Kinta, o “nerdão bizarro” que começa como um stalker de Okarun e evolui para um herói inesperado. Ele é chato, irritante e, às vezes, insuportável, mas é exatamente isso que o torna tão legal. Seu passado de bullying por gostar de robôs dá a ele uma profundidade surpreendente, que culmina no momento épico em que ele pilota a “casa-Megazord” com maestria, salvando o dia.

Por fim, a breve, mas impactante, aparição de Vamola, a alienígena misteriosa, serve como o gancho perfeito para o que está por vir. A chegada dela no clímax da batalha, salvando Okarun e provocando um ataque de ciúmes explosivo em Momo, já deixou claro que ela será uma peça fundamental na próxima temporada.


 

AÇÃO DE TIRAR O FÔLEGO (MAS CADÊ O POVO?)

Se a comédia é o coração, a ação é a alma de Dandadan. E nesta temporada, a animação brilhou intensamente, com cenas de luta fluidas e criativas. A batalha final do robô gigante contra o Kaiju, por exemplo, foi um espetáculo de destruição em escala de bairro. O problema? Apenas os nossos heróis parecem ter notado. Em um anime que chuta o balde da lógica, a ausência total de reações de civis foi um ponto que me incomodou.

Não vimos uma alma viva correndo ou se borrando de medo. Se o Kaiju fosse um espírito ou estivesse invisível, faria sentido. Mas ali, em plena luz do dia (ou noite), a cidade parecia um cenário vazio, o que quebrou um pouco a imersão. Fazer sentido dentro do próprio universo não significa que seja sempre a melhor escolha. Faltou ver o pânico, o desespero das pessoas comuns, o que daria ainda mais peso à heroicidade do grupo.

Ainda assim, a qualidade da ação é inegável. Okarun, ao encontrar seu “ritmo de combate”, protagonizou uma das cenas mais “iradíssimas” da temporada, derrotando cinco inimigos em um único compasso. Foi a prova de que, por trás do nerd desajeitado, existe um herói poderoso esperando para despertar.

 

CURIOSIDADES E DETALHES QUE AMAMOS

Além da trama principal, são os pequenos detalhes que mostram o carinho da produção com a obra. Um exemplo perfeito é a dublagem brasileira, que inseriu uma referência culturalmente rica e hilária: Okarun dizendo a Kinta que “calado, ele é um poeta”, uma frase imortalizada pelo jogador Romário. É o tipo de toque que conecta a obra ainda mais com o público.

Outra curiosidade foi a mudança da menção a “Super Smash Bros.” no mangá para um genérico “jogar videogame” no anime, provavelmente por questões de direitos autorais. São esses detalhes que mostram o cuidado e a adaptação necessários para trazer uma obra tão complexa para as telas, sem perder sua essência.

E, claro, não podemos esquecer da trilha sonora, que sempre acompanha perfeitamente o clima, seja em uma cena de ação frenética ou em um momento de pura comédia constrangedora. A música do final do episódio 12, durante a ascensão do Kaiju gigante, foi simplesmente fantástica e elevou a cena a outro nível.

 

UM FINAL ABERTO E UMA QUEBRA DE CLIMA (CONCLUSÃO)

Dandadan terminou sua segunda temporada com um final aberto, o que já era de se esperar. A insatisfação, para mim, não foi o gancho em si, mas a forma como ele foi apresentado. Depois de um momento tão tenso e emocional, com Momo vendo Okarun sendo beijado pela alienígena, o episódio corta para a música de encerramento, que é super agitada e não tem nada a ver com a vibe da cena.

Faltou aquele segundo de silêncio, talvez um olhar envergonhado de Okarun para Momo, para que o impacto emocional pudesse assentar. Essa quebra abrupta de clima foi o que mais me frustrou. Apesar disso, a segunda temporada foi, no geral, superior à primeira. Com uma nota final 9/10, afirmo com tranquilidade: Dandadan é uma experiência única, uma obra que prova que é possível misturar de tudo um pouco e ainda assim ser genial. Agora, só nos resta esperar (e torcer) pela terceira temporada!

 


Siga a A ERA NERD em nossas redes sociais, curta e compartilhe!
Instagram Youtube X TikTok Twitch


Mais sobre:




ELML - Eliezer Melo

Redator e Nerd por vocação!
  • Séries Fallout, Ruptura, Game of Thrones, For All Mankind
  • Filmes: A Origem, Código de Conduta, Matrix
  • Lê: O Senhor dos Anéis, Harry Potters
  • HQ: Spiderman, X-Man, Batman, Vingadores