ANÁLISE | Street Fighter 6 - versão de testes indica que a franquia finalmente se revitalizou

Jogamos a versão beta do game no Brasil Game Show 2022.
By CAJR
18/10/2022

Brasil Game Show (BGS) 2022 foi apenas um dos lugares em que podíamos experimentar uma versão de testes (beta) de Street Fighter 6 durante o final de semana dos dias 7 a 10 de outubro. Uma versão de testes fechadas focada na experiência crossplay online do game também deu as caras a alguns poucos selecionados de forma sortida para os testes. Estivemos presentes em ambas as versões, em quase uma hora de testes e agora é hora de falar um pouquinho sobre elas.

Street Fighter 6 na Brasil Game Show

Provavelmente o principal jogo da feira - para muitos -, ainda em fase de testes, esteve presente em sua versão mais recente, com oito personagens: RyuChun-LiKenGuileJuriLukeJamie e Kimberly. O game foi rodado de um computador, mas os visitantes utilizaram controles de PS5 para as partidas.

Apesar das filas, muita gente teve a experiência de jogar pela primeira vez e quase todos se sentiram “em casa”. A sensação de familiaridade com o jogo, coisa que só Street Fighter é capaz de fazer brotar em cada um dos jogadores foi unânime. Pelo menos até a hora do primeiro naco de tinta jorrar depois de um soco bem colocado. Aí as pessoas começaram a ter uma noção maior da barra de Drive e do quão diferente a experiência SF6 se tornava.

O tempo curto impossibilitava um estudo mais aprofundado das mecânicas — que já havíamos lido no site oficial, assim como assistido a praticamente todos os gameplays que pintavam no YouTube de outros eventos.

Só que botar a mão na massa é sempre uma experiência única. Aprender com os músculos da sua mão cada um dos novos movimentos possibilitados pela barra de Drive em apenas duas ou três partidas era algo impossível, infelizmente. E dá-lhe fila e mais fila para jogar e aprender o quanto fosse possível durante os dias da feira. No final a mesma resolução: era de importância ímpar aprender a utilizar todos os novos recursos.

Jogando em casa, online, com o beta fechado 

Os testes em casa com o beta fechado abrangiam mais aspectos do jogo, e não apenas o 1×1 tradicional do offline. Aqui o Battle Hub era a estrela da vez, e as partidas online ganhavam um pouco mais de brilho, já que a convivência entre os players com seus respectivos avatares era essencial para a experiência.

Street Fighter 6 promete uma revolução no que diz respeito a como o jogo vai se apresentar também como um serviço através do Battle Hub, um ambiente online no qual os jogadores vão poder experimentar virtualmente um pouco de como era fazer parte da FGC (comunidade dos jogos de luta) na época dos fliperamas.

Da utilização dos seus avatares do World Tour (outro modo de jogo,não disponível na demonstração), à interatividade com os demais jogadores através de chat na tela ou de emoticons inspirados nos golpes dos bonecos do jogo, tudo pareceu se comportar bem – mesmo com um pouco de lag ou queda de frames na área, que parecia bem pesada.

Pense num grande fliperama, um local de encontro que não existe mais atualmente – os jovens provavelmente não teriam referência alguma não fossem algumas áreas localizadas em shopping centers atualmente. Ali é possível escolher um gabinete, sentar e começar a treinar enquanto espera um próximo oponente. 

O local ainda oferece lojas para a compra de itens de personalização para o seu avatar, interatividade com o que está acontecendo no lobby em tempo real – jogadores que ganharam mais lutas seguidas aparecem no telão, assim como o resultado de torneios diários e outras coisas mais, bem legal.

Há uma área dedicada a jogos clássicos. Na versão beta não era possível jogar online com outros jogadores, tampouco escolher o game – os jogos passaram por uma rotação diária: Final Fight, Magician Sword e Super Street Fighter II Turbo, respectivamente.

Ainda falando sobre o modo de criação de personagem, era possível criar apenas um e apenas uma única vez. As opções de personalização iam além dos jogos mais tradicionais, possibilitando mudanças corporais extremas. Do tipo “One Piece na vida real” extremas. Louco para ver quando o jogo sair e as bizarrices que vão surgir com o tempo…

Rollback abençoado

Street Fighter 6 vem equipado com o netcode baseado no rollback, que tanto os jogadores pedem (e com razão). O online abençoado parece fazer jus a todas as mudanças que a Capcom prepara para o lançamento do game.

Com apenas algumas poucas horas de desconexões e manutenção em servidores (logo na madrugada do primeiro dia do beta), o restante da experiência correu sem problemas. Os jogadores se enfrentavam em partidas casuais e ranqueadas.

Hora de sair do Bronze!

Inclusive, todo o novo sistema de ranqueamento que será adicionado a SF6 já estava disponível, com alguns chegando já no topo da cadeia alimentar e se tornando “Master” durante o beta (tudo vai ser apagado até o lançamento, infelizmente).

Logo de cara escolhemos onde nos encaixamos na pirâmide de experiência do jogo, e assim que começamos nossas partidas somos testados para ver se nosso nível bate com a nossa indicação. Dez partidas iniciais para colocá-lo oficialmente num ranking são realizadas, e depois disso, o desafio de subir de elo começa.

No novo sistema de ranqueamento, temos a categoria Rookie, no alicerce da pirâmide. Aqui apenas os que não tem experiência alguma com jogos de luta se preparam para galgar os degraus do crescimento, e não há perda de pontos por conta de derrotas. 

Na segunda camada tudo fica mais quente, com as categorias IronBronzeSilver e Gold. Todos tem bôbus por vitórias consecutivas e uma garantia de que não serão mandados de volta ao Rookie nunca mais. Cada rank possui cinco estrelas que precisam ser alcançadas para subir para a próxima classe e há perda de pontos na derrota, mas uma garantia espcial de que o jogo nos dá para não cairmos de elo durante o processo. 

O próximo degrau da pirâmide comporta os jogadores Platinum e Diamond. Os bônus por vitórias consecutivas deixam de existir, mas a garantia especial que não nos deixa cair de elo continua, mas de forma limitada.

Por fim, no topo da pirâmide, está o grau máximo de SF6, o Master. Chegou aqui, ficou aqui, mesmo que nunca mais ganhe uma partida na sua vida. A Capcom parece se mostrar preocupada com a debandada de certos jogadores que deixam de jogar o game online ao alcançar certos elos em SFV, já que preferem ostentar a insígnia de Mestre a continuar treinando e evoluindo, mesmo que perdendo algumas pelo caminho.

Mais online

De volta ao ambiente online, o jogo pareceu fluir sem maiores problemas. Conexões com mais de 200ms de ping jogavam com mais ou menos 4f a 5f de delay, números altos, mas que pareciam não atrapalhar a experiência.

É que precisamos lembrar de que não estávamos tão acostumados com o tempo do jogo no modo offline, então é capaz do lag em menor escala não atrapalhar nossa experiência. Some isso a quantidade limitada de jogadores para o beta fechado – no lançamento talvez tudo seja um pouco mais bagunçado, mas esperamos que não, né?

Enfim, ainda há muito o que ser testado e afinado para o lançamento de Street Fighter 6. Consumidores podem esperar por mais testes fechados, alguns abertos, quem sabe, tudo para entregar o produto final o mais calibrado possível. Que venha 2023 e os lutadores de rua mais famosos do mundo!

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CAJR - Carlos Alberto Jr

Resultado de uma experiência alquímica que envolvia gibis, discos e um projetor de filmes valvulado. Jornalista do Norte que invadiu o Sudeste para fazer e escrever filmes.
  • Animes:Cowboy Bepop, Afro Samurai e Yu Yu Hakusho
  • Filmes: 2001 – Uma Odisseia no Espaço, Stalker, Filhos da Esperança, Frank e Quase Famosos
  • Ouve: Os Mutantes, Rush, Sonic Youth, Kendrick Lamar, Arcade Fire e Gorillaz
  • Lê: Philip K. Dick, Octavia E. Butler, Ursula K. Le Guin e Tolkien
  • HQ: Superman como um todo, assim como as obras de Grant Morrison e da verdadeira mente criativa por quase tudo na Marvel: Jack Kirby