O GIGANTE Castelo Infinito de Demons Slayer

Animação mais uma vez consagra a obra como uma das maiores cultura pop atual
By BRDS
17/09/2025

Num cenário em que os filmes de super-heróis já não têm o mesmo impacto de antes e as adaptações de videogames seguem uma trajetória inconsistente, o anime desponta como a nova grande aposta de Hollywood.

À frente desse movimento está Demon Slayer: Infinity Castle, uma continuação grandiosa – em todos os sentidos, já que tem impressionantes 155 minutos – do popular shonen que caminha para encerrar a saga.

Dando sequência ao polêmico arco de Treinamento Hashira, o longa leva Tanjiro e seus aliados até o Castelo Infinito, uma fortaleza mutável e labiríntica onde reside Muzan Kibutsuji, acompanhado de sua elite demoníaca, os Doze Kizuki.

A narrativa escolhe não seguir minuciosamente todos os personagens presos no castelo, mas sim concentrar-se em três batalhas centrais. Uma delas é o aguardado duelo entre Tanjiro e Akaza, o demônio responsável pela morte de Rengoku em Mugen Train (2020), um confronto que os fãs reconhecerão de imediato.

Embora a animação da Ufotable brilhe nas lutas com seu estilo vibrante e explosivo, a estrutura da trama é mais tradicional. A ausência de cortes entre batalhas faz com que, desde cedo, surja a impressão de que o filme nada mais seria do que episódios do anime editados para o cinema, visando faturar nas bilheteiras.

Esse formato também adia a entrada de Tanjiro, que só ganha destaque após a primeira hora, enquanto o foco inicial recai sobre outro duelo marcante: a luta de um Hashira contra Doma, um dos demônios da Lua Superior.

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Doma, aliás, é um dos pontos altos do filme. Sua presença tranquila, mas ameaçadora, somada ao uso criativo de leques afiados como armas, abre espaço para que a Ufotable explore toda sua inventividade em sequências visualmente espetaculares.

Se nenhuma das batalhas alcança o nível emocional de Akaza vs. Rengoku, todas carregam um peso pessoal que mantém o espectador envolvido durante toda a longa duração. A forma como o estúdio insere flashbacks e histórias de fundo torna o filme mais dinâmico e menos cansativo do que se poderia esperar.

Esse equilíbrio sempre foi a marca registrada de Demon Slayer: conquistar pelo impacto visual e pela intensidade dos combates, mas permanecer na memória por suas camadas emocionais. Nesse sentido, Akaza ganha um destaque especial, deixando de ser apenas um vilão para se tornar uma figura trágica e complexa, provando a capacidade da Ufotable de unir emoção e brutalidade de forma magistral.

A atmosfera de conclusão também dá força a Infinity Castle. Diferente de obras que se perdem em ganchos artificiais, aqui a sensação é de real perigo, com reviravoltas brutais e um clima sufocante de tensão.

Entretanto, há um detalhe importante: este é apenas o primeiro filme de uma trilogia, algo que o marketing não deixou claro. O longa assume uma estrutura mais próxima de um episódio prolongado de anime, preparando terreno para o que vem a seguir.

Isso pode frustrar parte do público, já que a espera pela continuação será longa e o desfecho, por enquanto, fica em aberto.

Ainda assim, mesmo com críticas à sua duração, ao ritmo ou à falta de encerramento definitivo, Infinity Castle se sustenta como uma obra impactante, com ação de altíssimo nível, personagens carismáticos e uma trama cativante que reforça o sucesso mundial da franquia.

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Apesar da ausência de figuras queridas como Inosuke e do tom mais sombrio, que reduz o espaço para o humor de Zenitsu, o filme consegue o improvável: superar Mugen Train e se consolidar como a melhor experiência cinematográfica de Demon Slayer até agora.

 


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